fotografias falam, são como cascas de laranja
que deixam cheiro; a voz é o sumo,
o olhar, o inteiro —
a pose, o odor silencioso, teu azedo.
fotografias são avós em preto e branco,
filhos ainda bonitos,
sorrisos que contemplam a posteridade,
momentos que acabam entre aspas,
como sonhos que não foram esquecidos
por nunca terem existido;
.
fotografias são palavras mudas,
olhares furtivos, silêncio do mar quebrando o tempo.
as rochas degradam, a pele enruga,
o sorriso amarela a intempérie da vida.
fotografias superam e faz arder
como se qualquer ardor fosse possível, como televisores —
o inanimado, o abstrato colecionador de olhares
que nunca existiu ou se importou com isto.
fotografias ocupam um espaço nunca preenchido por ninguém.
que deixam cheiro; a voz é o sumo,
o olhar, o inteiro —
a pose, o odor silencioso, teu azedo.
fotografias são avós em preto e branco,
filhos ainda bonitos,
sorrisos que contemplam a posteridade,
momentos que acabam entre aspas,
como sonhos que não foram esquecidos
por nunca terem existido;
.
fotografias são palavras mudas,
olhares furtivos, silêncio do mar quebrando o tempo.
as rochas degradam, a pele enruga,
o sorriso amarela a intempérie da vida.
fotografias superam e faz arder
como se qualquer ardor fosse possível, como televisores —
o inanimado, o abstrato colecionador de olhares
que nunca existiu ou se importou com isto.
fotografias ocupam um espaço nunca preenchido por ninguém.
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