quarta-feira, 4 de abril de 2012

O mal-estar é mais embaixo

O ápice do meu não envolvimento com as pessoas chegou. Agora, consequentemente, baseando-se nos sentimentos de culpa de Freud, meu supereu está muito furioso e vem abalando a estrutura do meu eu. Ou seja, toda a dor que evitei ao preferir o distanciamento de um elo social, voltou-se contra mim. Pensar nestas possibilidades me causa espanto; acreditar que nossos impulsos agressivos reprimidos se voltam contra nós, me enoja; pensar que o ser humano, diferentemente do que acreditam, é um animal impiedoso que se satisfaz com sadismos, é lamentável. Quer dizer, lamentável perante a visão de nossa consciência moral, aquela que aprendemos na escola – não faça isso, não faça aquilo e não roube isso e seja ASSIM e deixe o amiguinho em paz.
Ou seja, as crianças aprendem a controlar sua maldade. O problema é que elas precisam acreditar que todas as pessoas agem a partir desses preceitos éticos. E cá entre nós, isto não acontece. O que você encontra no mundo é contraditório com o que você aprendeu na escola e com seus pais.
No entanto, essa tática da cultura ou civilização (que seja), é justamente para tentar conter – ou amenizar - o ser humano de seus impulsos mais agressivos, porque acreditar que o padre ou aquele velhinho bondoso nasceu com estes atributos é uma ilusão. O fato é que quando a sociedade nos impõe essas limitações, afastando-nos de nossas atividades animalescas, o ser humano é infeliz e assim permanecerá enquanto durar a consciência moral. O individuo só se torna feliz ao preterir essa consciência e agir de acordo com sua inerente condição animal, aquela com a qual o mal se apresenta como motor propulsor da felicidade. 


Quer dizer, é melhor nem pensar nessas coisas... Vá buscar uma bebida, pois quem tem preocupações também tem licor.   

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