terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pulsando..

      Pulsando...
Pulsando...


Não é tão espontâneo como caminhar por entre prostitutas,
Nem como escurecer em pleno dia através do estado onírico do sono.
É sair de casa escaldando ao sol,
Sentindo-se como um verme sequioso debaixo da terra fria, lamacenta, formada por sensações libidinosas inusitadas.
Estou falando de quando fechamos os olhos
E repentinamente não existe mais nada.
Nem cores além do preto; nem sabores além do hálito da boca morna que implora com apetite que a mordam e arranquem pedaços, enquanto apresenta sua coreografia de língua afiada e promíscuos dentes assanhados.
Estou falando
De quando os sentimentos vertem pensamentos
E expelimo-nos da matéria corporal
Emanando-nos por entre os cobertores de noites fortuitas.
Da mesma forma de quando te vejo numa margem longínqua, mesmo sem proferir palavra,
Mesmo impossibilitado, mudo e com uma sanidade equivocada,
Você não consegue fugir.
Ninguém consegue fugir dos olhos,
Mesmo sem voz, sem cheiro ou barulho.
Ninguém consegue penetrar na alma
Sem antes conflitar com o coração
Que pulsa em descompasso por entre minhas pernas.
...

Um comentário:

giu batista disse...

cara, tu é muito profundo.

sei lá, sabe escolher as palavras de uma maneira que elas pareçam ser mais fortes e intensas do que são.

genial!