sexta-feira, 16 de março de 2012

Nós, pós-modernos!

Eu particularmente não tenho dúvidas de que vivemos na melhor época da humanidade. Dificilmente as pessoas irão compartilhar da mesma opinião que a minha, porém, desde o Helenismo, as opiniões se fundem e se espalham gradativamente pelo globo. Hoje, a maioria das pessoas, de um ponto de vista filosófico, vive exatamente como Platão já dizia há dois mil e quatrocentos anos atrás: Submergidos no mundo das sombras.
De certa forma, a realidade propriamente dita não existe mais; a cada nova geração ela é encarada com uma nova perspectiva, digamos, uma nova roupagem. Desde quando Nietzsche matou Deus e formalizou o sofrimento abrindo caminho para a modernidade, eu diria que a humanidade vem amadurecendo.  Quando digo “amadurecendo” parto do pressuposto de que começamos a perceber que o motor propulsor que sustenta o mundo e tem o poder de mudá-lo, encontra-se, única e exclusivamente, nas ações humanas. O fato é que estamos interligados – pode espernear e isolar-se numa cabana no meio da Amazônia que sua cabeça estará no caos, nas buzinas, na civilização -, queira você ou não. E se hoje sabemos que o mundo não é uma máquina purgadora que limpa nossa sujeira maquinalmente, precisamos arregaçar as mangas e fazer o trabalho sujo.
Este nosso século é denominado como pós-moderno; o século da velocidade. Nada dura por muito tempo, a matéria se desfaz em nossas mãos. As pessoas consomem cada dia mais e a produção aumenta; e se a produção aumenta, a matéria orgânica diminui; se a matéria orgânica diminui, uma hora acaba. Aí, a palavra mais sensata que eu consigo achar para definir esta situação é: Fodeu!
Essa necessidade de ter novas coisas se dá pelo fato de, a cada dia, surgir ‘novas’ coisas. E se ninguém mais se importa com as belezas que a natureza e o mundo cru oferecem, obviamente, estes produtos irão satisfazer a necessidade e o vazio interior das pessoas, mesmo infimamente. E tendo em vista a banalidade que se tornou a vida, dificilmente acharemos muitas pessoas que não desembocarão nesta confluente do consumo. 
O que acabo de escrever pode soar contraditório com o inicio deste texto, no entanto, eu literalmente não tenho duvidas de que seja o melhor momento da humanidade. Vejam vocês: Em meio ao turbilhão de coisas inúteis que surgem em nossa época, também surgem turbilhões de coisas maravilhosas. A ciência e a medicina trabalham em cima da melhoria da condição humana; as pessoas não morrem tão facilmente e dolorosamente como em tempos passados. A tecnologia faz um trabalho DIVINO. Por exemplo: Você pega um leitor digital de livros que possa armazenas centenas, milhares de livros, prescindindo o uso do papel, consequentemente, diminuindo o corte de arvores e possibilitando um acesso mais fácil a determinados conteúdos ao passo que a informação pode ser adquirida como num passe de mágica. Fantástico! Você têm redes sociais que também podem ser um ótimo veiculo de informação. ÓTIMO! Estamos interligados! Claro que muitas pessoas não têm acesso a determinadas tecnologias, mas é questão de tempo. Nós só destruímos o planeta para podermos reconstruí-lo, tendo assim, deliberadamente, alguma coisa para nos ocuparmos e que faça sentido neste vazio libertário Sartriano em que se encontra condicionada a vida humana nesta, e em qualquer outra época.  Estamos no limiar, somos os indivisíveis átomos de Demócrito rodando pelo mundo e criando nossa essência, aos poucos.
Nietzsche almejava o ‘além homem’ e isto talvez não seja possível. Nós estamos condicionados pelo animalesco. No entanto, minha vontade de potência está em alta neste caos lindo que eu vivo.

Um comentário:

Lucas Barreto disse...

hehehe, verdade, eu tô experimentando novas formas de escrever. a língua portuguesa é complicada, pelo menos estou tentando, já sobre o teus, já passei tardes com uns amigos aqui em casa lendo e tentando interpretá-los, rs. Um grande abraço.